quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Evil Dead - HAIL TO THE KING, BABY! /// 30 Anos de um ícone Trash


HAIL TO THE KING, BABY! /// 30 Anos de um ícone TrashSam Raimi é um cineasta bastante reconhecido na atualidade pelo excelente trabalho realizado atrás das câmeras na bem-sucedida adaptação do Homem-Aranha às telas grandes. Na trilogia do cabeça de teia, o diretor teve em mãos todas as ferramentas necessárias que a indústria cinematográfica dispõe para a realização dos efeitos visuais. Fator este que faz difícil crer que no início de sua carreira Raimi teve de esbarrar na falta de orçamento e de recursos técnicos para tirar do papel a premissa de Evil Dead.
Neste ano de 2011 o filme sopra velinhas, e completa três décadas de existência. O “épico” de horror trash de Raimi nasceu em 1981, em meio a uma década dominada pelos slashers movies, como as cine séries de Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo, O Massacre da Serra Elétrica dentre outras “pérolas” memoráveis. O filme acabou sendo cultuado pelos apreciadores do gênero trash, e assim acabou se estabelecendo com a alcunha de “pai dos filmes B de horror”, pela destreza técnica de sua produção. Recém saído da faculdade de cinema, Raimi escalou como protagonista principal seu ex-colega e amigo da universidade Bruce Campbell, para interpretar Ash. Personagem este que mais tarde iria se fixar como uma espécie de anti-herói nas seqüências seguintes.
Apesar do aspecto de filme gravado nos fundos de quintal com uma câmera “caseira”, Evil Dead tem seus méritos pelo exercício cinematográfico experimental. A falta de recursos não foi empecilho para que Raimi executa-se o roteiro de sua autoria focado na possessão demoníaca de 5 jovens isolados em uma cabana na mata. O cineasta sobressaiu-se de forma brilhante ao representar as forças ocultas através de câmeras suspensas em travellings, que se aproximam de suas vítimas através de excelentes trucagens de planos. E se a execução dos enquadramentos são muito boas, a carregada maquiagem dos possessos também torna tudo mais palpável à intencionalidade do horror em cena. E com a excessiva quantidade de litros de sangue falso e situações que beiram ao pastelão a risada torna-se de todas as formas, inevitável.
Raimi lida muito bem com seus personagens, principalmente na questão da ambientação em que se encontram inseridos. A cabana repleta de antiguidades, e com um teto mais rebaixado do que o normal, contribui de forma claustrofóbica ao enclausuramento de seus protagonistas. Assim como a floresta em sua forma de isolamento da civilização. Para a cena final que exigia algo além de suas trucagens, Raimi teve de recorrer a um stop-motion, aos moldes do precursor deste recurso, Ray Harryhause. Em 1987 o filme ganhou a continuação que mais seria um remake do primeiro desta vez com orçamento para os efeitos. E em 1993 foi lançado o capítulo final, Army Of Darkness. Mas ambas seqüencias nada mais foram uma intenção de estabelecer uma franquia e prestarem uma respeitosa homenagem aos moldes trash do original. Mas das quais não possuem a mesma força cinematográfica que o primogênito possui.Hail to the King, baby!

Nenhum comentário:

Postar um comentário